Apenas no Mato Grosso, um dos principais polos do agronegócio no país, a má distribuição da terra é tem se tornado uma das principais causas de conflitos sociais.
A concentração desequilibrada de terras está na raiz da história brasileira. O antigo latifúndio, responsável pelas extensas propriedades rurais, "se renovou e hoje gerencia um moderno sistema chamado agronegócio", constata Inácio Werner, em entrevista concedida à IHU On-Line por e-mail. Segundo ele, apenas no Mato Grosso, um dos principais polos do agronegócio no país, a má distribuição da terra é evidente e tem se tornado uma das principais causas de conflitos sociais. No total, "3,35% dos estabelecimentos, todos acima de 2.500 hectares, detém 61,57% das terras. Na outra ponta, 68,55% dos estabelecimentos, todos até 100 hectares, somente ficam com 5,53% das terras".
Entre os dias 19 a 21 de junho, 57 mulheres de 18 comunidades quilombolas dos Municípios de Oriximiná, Óbidos, Santarém e Monte Alegre debateram sobre os desafios para obter a titulação de suas terras, promover o desenvolvimento de suas comunidades e ampliar as oportunidades de participação das mulheres nas organizações quilombolas.
O Encontro de Mulheres Quilombolas do Baixo Amazonas - promovido pela Associação das Comunidades Remanescentes de Quilombos do Município de Oriximiná, Cooperativa do Quilombo e Comissão Pró-Índio de São Paulo – buscou valorizar e fortalecer o papel das mulheres na luta em defesa de seus direitos.
Para a Rede Brasileira de Justiça Ambiental (RBJA), a atual crise da Petrobras vai além das paralisações dos empreendimentos da estatal diante das investigações da Operação Lava Jato. Ela traz novos elementos que desmascaram a fragilidade de um desenvolvimento nacional baseado na construção de megaempreendimentos e na exploração de bens naturais. “Ocorre que a crise – ao menos temporária – do sistema que sempre articulou, através das grandes obras, a satisfação dos requisitos de rentabilização dos negócios das grandes empreiteiras à lógica de reprodução de coalizões de governo alimentadas pelo clientelismo e o marketing eleitoral, gerou novos tipos de danos, que estão hoje afetando em particular diferentes grupos sociais entre os mais despossuídos”, destaca trecho dedocumento recentemente divulgado pela articulação.
Durante os dias 26 a 28 de maio, a Rede de Sementes Agroecológicas Bionatur realiza seu 7° encontro nacional de sementes agroecológicas, no Assentamento Roça Nova, município de Candiota (RS).
Espera-se a participação de cerca de 400 pessoas de todo o país, além de agricultores uruguaios, que vem socializar suas experiências em agroecologia. O objetivo é possibilitar a troca de experiências, produtos e sementes, além de desfrutar da produção agroecológica exposta por assentados, como geleias, café, artesanatos, entre outros.
“As Sementes de Angelim”, que será lançado na quarta-feira (29), conta a experiência de retomada de terras por quilombolas, após 30 anos de monocultura de eucalipto. O território ancestral, retomado há 5 anos, hoje gera alimentos saudáveis
“O eucalipto trouxe muita coisa ruim, acabou com as nossas caças. Nós, que somos do quilombo, estamos tentando recuperar o que eles tomaram da gente”. Essa é uma das declarações do documentário “As Sementes de Angelim”, que será lançado na quarta-feira (29) no município capixaba de Conceição da Barra. Com imagens e edição de Fabíola Melca e realização da FASE no Espírito Santo, a produção conta com o apoio da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR).
O filme aborda a experiência de retomada de um território quilombola no Sapê do Norte e as consequências da plantação de eucalipto na região, formando o chamado “deserto verde” no cemitério quilombola de Angelim. Por meio do filme, percebe-se que o sentimento das populações locais é o mesmo: a vontade de reconstruir uma terra explorada 30 anos pela monocultura de eucalipto. Para contar a história de retomada, que teve início em agosto de 2010 e ainda segue em curso, o documentário foi gravado entre 2013 e 2014.